Maristela Negri Marrano*
A todo o momento fazemos escolhas e
também temos que lidar com as consequências de cada uma delas. Para todas as
decisões traçamos o caminho da nossa vida.
O psiquiatra e psicólogo Viktor
Frankl passou por quatro campos de concentração entre 1942 e 1945. Submetido a
torturas desumanas, viu sua família inteira ser executada e seus companheiros
de prisão cometerem suicídio ou enlouquecerem. Nessas condições se deu conta de
que os nazistas tinham roubado tudo dele, todas as opções e condições que
assegura a liberdade humana, menos uma: a liberdade de escolher como reagir
naquela situação. O mesmo nos diz: “Quando a situação for boa, desfrute-a.
Quando a situação for ruim, transforme-a. Quando a situação não puder ser
transformada, transforme-se”.
Por que trouxe essa reflexão? Porque
no decorrer da minha experiência de 14 anos com minhas alunas e meus alunos
acima de 50 anos ouvi e ouço relatos de experiências significativas de
felicidade, assim como de experiências marcantes de tristeza e sofrimento.
Pude observar nestes relatos questões
que permeiam o passar dos anos e que representam a verdade da existência, pois
são pessoas que possuem não só a história a ser contada, mas trazem consigo
saberes vividos, a força em superar as adversidades da vida e, na medida do
possível, buscar através do diálogo interno, recursos para continuar em sua
jornada pela vida, com seus próprios desafios e oportunidades, aceitando as
perdas, os ganhos, encantos e desencantos. Refazendo crenças, transformando o
olhar perante as situações, transformando a si mesma e entendendo que tudo faz
parte da vida.
As pessoas que se preparam para a
velhice e se adaptam a mudanças fazem um melhor ajuste para essa fase da vida,
pois a velhice deve ser vista como fase com potencial para o crescimento, assim
como as demais etapas do curso de vida. Que escolhas fazer para que possamos
viver e consequentemente envelhecer bem? A pesquisadora Sueli Ap. Freire
destaca algumas escolhas: ter um estilo de vida saudável, fortalecer as
capacidades de reserva cognitiva por meio de atividades diversas, aumentar a
formação e manutenção de laços sócioafetivos, ter flexibilidade individual e
social, cultivar novos hábitos, aperfeiçoar as habilidades sociais, engajar-se
em atividades produtivas e ter significado para a vida.
Caro (a) leitor (a) , quais são suas
escolhas para o bem viver no dia de hoje?
* Maristela Negri Marrano é sócia-diretora do Centro de
Longevidade e Atualização de Piracicaba (Clap), pós-graduada em
Neurociências aplicadas a Longevidade pela UFRJ e mestre em Educação Física
pela Unimep.