Síndrome mão-pé-boca: Dr.Paulo Falanghe explica tudo sobre a doença




Na semana passada, postei no meu Stories que o Lucas, meu filho, estava com a síndrome mão- pé-boca, todo “empipocado”...

Muita gente me escreveu perguntando mais sobre esse problema, o que me motivou a fazer uma entrevista com o Dr. Paulo Falanghe, pediatra e diretor da CdVac (Centro de Vacinação) de Piracicaba, sobre o assunto.

Uma amiga comentou, inclusive, que os três filhos dela também tiveram a síndrome mão- pé-boca. E que, em dois deles, os sintomas foram “leves”, porém, no outro, foram bem mais graves: saiu bolha pelo corpo inteiro além de caírem as unhas.

Para quem nunca ouviu falar sobre, a doença é causada por um vírus comum que ocasiona feridas na boca e erupções nas mãos e nos pés das crianças.

Pesquisei mais e não achei artigos que falassem de forma completa sobre o assunto, especialmente sobre os casos mais graves, por isso reúno abaixo tudo que o Dr. Paulo explicou: 

O que é a síndrome mão-pé-boca?

Dr. Paulo Falanghe: Mais comum na infância (antes dos cinco anos de idade), trata-se de uma doença contagiosa, causada por vírus (geralmente Coxsackie, da família dos enterovírus) que habitam normalmente o sistema digestivo. Tais vírus podem também provocar estomatites. 

Quais são os sinais e sintomas desta doença?

Dr. Paulo Falanghe: Febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões na boca (normalmente mais de 3 dias de febre); aparecimento na boca, amígdalas e faringe de manchas vermelhas com vesículas , normalmente tipo aftas e muito dolorosas. Concomitantemente, aparecimento de erupção de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que podem ocorrer também nas nádegas e na região genital. 



Como se transmite?

Dr. Paulo Falanghe: pelas fezes ou via oral, através do contato direto entre as pessoas ou com as fezes, saliva e outras secreções. Ou então por meio de alimentos e de objetos contaminados. Um ponto importante é que a criança que teve esta doença pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas.

Existe vacina? O que se usa no tratamento da doença?


Dr. Paulo Falanghe: Não existe vacina. Como é uma infecção viral, o tratamento é através de medicação sintomática, sendo uma doença autolimitada; também hidratação adequada e alimentos pastosos e normalmente frios, para facilitar a aceitação e amenizar a dor. Recomenda-se repouso, não sendo indicado que crianças acometidas frequentem a escola.

Importante ressaltar a importância de lavar as mãos antes e depois ao contato com crianças ou mesmo adultos com a doença, evitando a propagação da doença. 



Quanto tempo dura esta doença? É comum ter complicações? Pode uma criança pegar esta doença mais de uma vez?


Dr. Paulo Falanghe: Como informamos acima, é uma doença autolimitada, em torno de 7 a 10 dias. Normalmente evolui para cura, excepcionalmente pode ter complicações pelo vírus ou mesmo infecções secundárias bacterianas, quando então se indica o uso de antibióticos.

Por ser de causa viral, normalmente o Coxsakie, pode haver mutações virais que induzam pessoas a se contaminarem mais de uma vez. Também existem outros vírus além do Coxsackie, que podem provocar a doença com quadros semelhantes.

A doença só dá em crianças? E quando saem bolhas ou caem as unhas?

Dr. Paulo Falanghe: A doença é mais comum abaixo de 5 anos. As bolhas fazem parte do quadro clínico. As unhas podem eventualmente cair, como complicação.

Agora você já sabe mais sobre a síndrome mão- pé-boca, mas, em caso de dúvidas e/ou de qualquer sintoma, não hesite em procurar a orientação do médico pediatra da criança!