Dr. Orlando Furlan Neto*
Durante a gestação a infecção materna por toxoplasma, sífilis, rubéola ou zika vírus, por exemplo, podem levar a alterações oftalmológicas que podem levar a déficit visual ou até mesmo cegueira. Por isso é importante a realização do teste do olhinho ainda na maternidade, pelo pediatra, e se este tiver alguma dúvida no exame, um oftalmologista deve realizar o exame.
Durante este exame pode-se identificar patologias como catarata congênita, glaucoma congênito e retinopatias, sendo a mais grave o retinoblastoma, que seria um grave tumor intraocular. Ainda na maternidade, é realizado a instilação do colírio de nitrato de prata, a fim de prevenir a conjuntivite gonocócica, caso haja contaminação o canal de parto.
No recém-nascido, as patologias mais comuns são as conjuntivites, geralmente virais , e lacrimejamento secundário à obstrução das vias lacrimais. A obstrução das vias lacrimais geralmente é resolvida espontaneamente até aos 2 anos de idade, mas há algumas manobras como uma massagem na região do saco lacrimal, que pode ajudar. Vale a pena lembrar que patologias de vias aéreas superiores, como resfriados podem causar lacrimejamento e irritação ocular que podem ser confundidas com conjuntivite.
As crianças até os 5 anos de idade devem pelo menos ter realizado um exame oftalmológico, pois nesta fase é que a visão se desenvolve, tendo fundamental importância a detecção e tratamento de qualquer patologia existente, a fim de não causar a ambliopia ou “olho preguiçoso” , que seria a deficiência de visão de um olho normal , sem alteração morfológica presente ao exame.
É comum nesta fase da vida o surgimento do estrabismo, ou mais conhecido como “olho torto”. No estrabismo, a imagem formada na retina é ignorada pelo cérebro e este olho pode se tornar amblíope. Outras patologias comum nesta faixa etária são as conjuntivites alérgicas, conjuntivites virais e alguns erros refracionais, como miopia, astigmatismo e hipermetropia
Após os 5 anos, a atividades escolares exigem um esforço maior das crianças, e se exista presença de um erro refracional, esta criança poderá estar reclamando de dor de cabeça e esforço visual na escola, dificuldade para enxergar a lousa, cansaço visual ao final do dia. Nestes casos, uma prescrição de lentes corretivas é suficiente para o fim dos sintomas.
Finalizando, acredito que entre os 4-8 meses de idade deva-se realizar um exame oftalmológico, seguindo-se anualmente, não excedendo 2 anos, contudo algumas crianças que apresentem alguns sinais e sintomas como lacrimejamento persistente; não interesse por objetos luminosos, coloridos; desvio ocular; dor de cabeça, dificuldade de aprendizado escolar e olhos vermelhos, devam ser avaliadas por um médico oftalmologista.
*Dr. Orlando Furlan Neto é médico oftalmologista em Piracicaba. Endereço: Av. França, 44.
Telefones: (19) 3402-3240 \ 3435-1494 \ 98100-2293
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